Câmara recebe arte popular baiana
Através da pesquisa de nossas raízes culturais, a curadora e ceramista Rosangela Cordaro, torna possível aos freqüentadores do Espaço Cultural Vereador Alberto Marques conhecer, a partir de 28 maio, as obras de dez oleiros de Maragogipinho, município de Aratuipe, no recôncavo baiano.
História - A cidade situada às margens do rio Jaguaripe, é a principal produtora de cerâmica do Estado. São 78 olarias, que preservam características da época da colonização. Inúmeras famílias vivem de sua produção, manuseando a argila artesanalmente – amassando-a com os pés e depois com as mãos -, utilizando a força física para atingir o resultado esperado. Aos homens cabe o trabalho pesado, a coleta do barro e a utilização do torno; as mulheres executam o brunimento (alisar e dar brilho) e a pintura das peças.
Os oleiros seguem a tradição ancestral, aprendendo seu ofício com os pais, iniciando pela confecção de caxixis – panelinhas e miniaturas de utensílios de cozinha até atingir conhecimento para confecção de peças mais elaboradas.
“O caxixi tem importância por ser o elo entre a infância e a velhice do oleiro. Fecha o ciclo - quando as forças já não são suficientes e a idade avança, o artista volta à confecção dos pequenos objetos”, conta à pesquisadora.
A exposição - A mostra contará com obras do oleiro mais antigo da região, mestre Vitorino – criador das peças mais tradicionais, como o Boi Bilha, Bilha e a Corbélia; do presidente da Associação dos Oleiros de Maragogipinho, Argemiro Costa, com sua Tália Decorada, Cogumelo Grande, Luminária Foguete e jogo Bola Decorada; Reinaldo R.A Mota, com Galinha Arrepiada; Antonio S. M. Costa, e sua Baiana; Elisio Nazaré e a Moringa de Três Gomos; José Curu, com Moringa Vermelha, jogo de garrafas e Xícara Grande; Almerentino, com Búzio; Rosalvo Santana, com seus Santeiros e Nossa Senhora da Conceição; Toninho e a Moringa Sonora e Antonio Nazaré, com a Ocarina – instrumento sonoro.
Também estará exposto o tear de fibras naturais da artista Marta Muniz, trabalhos em fuxico e “muito do que a Bahia faz”, afirma Rosangela Cordaro, entusiasmada em trazer para Guarujá a história e a arte do povo que tanto admira.
A exposição fica aberta ao público até 16 de junho, no saguão da Câmara Municipal de Guarujá. O endereço é rua Quintino Bocaiúva, 183, Centro. O horário para visitação é das 9 às 17hs, inclusive nos finais de semana.
Relação legendas fotos – (crédito para Fernanda Ruas)
Foto 1 – Boi Bilha.
Foto 2 – Mostra dos vários objetos que serão trazidos à mostra.
Foto 3 – Crianças na Feira de Caxixis, em São Joaquim, Salvador.
Foto 4 – Vista da cidade de Maragogipinho.
Foto 5 – Mão amassando o barro – tradição mantida.