Vereadores de Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Mongaguá e Peruíbe estiveram reunidos nesta nesta sexta-feira (15) com o diretor-superintendente da Dersa, Laurence Casagrande, de quem cobraram informações acerca do andamento do projeto do túnel submerso entre Guarujá e Santos, anunciado em agosto de 2011. O encontro foi realizado no escritório da Dersa, em Guarujá, a pedido do presidente da Câmara, Ronald Nicolaci Fincatti (DEM).

FALTA DINHEIRO
Laurence Casagrande argumentou que, embora o Estado já tenha reservado cerca de R$ 1 bilhão para o projeto, em seu orçamento, o dinheiro restante que seria necessário (mais cerca de R$ 2 bilhões, que viriam através de financiamentos do Governo Federal) não foi liberado. "A gente contava com um aporte de R$ 7 bilhões que seriam aplicados na obra do túnel; na expansão do Metrô e na Rodovia dos Tamoios. Mas a Secretaria do Tesouro Nacional contingenciou esses recursos desde 2015, em função da crise".

FALTA CONSENSO
O diretor-superintendente da Dersa também disse que, mesmo que haja liberação de parte desses recursos, seja no segundo semestre, seja no início do ano que vem, há possibilidade de que eles não sejam aplicados na obra do túnel. Dentre os entraves apontados, resistências quanto ao local escolhido para realização do serviço. "O governo vai ter que definir uma prioridade, pois é certo que não virá os R$ 7 bilhões que necessita para realizar todos os empreendimentos inicialmente previstos. Portanto, é fundamental que haja uma mobilização por parte das autoridades locais", chamou atenção.

VANTAGEM
Ainda assim, Laurence ponderou que conta em favor do projeto do túnel o fato de ele já ter licenciamentos concluídos, projeto executivo, entre outras documentações necessárias. "O que tem atrapalhado, além da falta do dinheiro do financiamento federal, é consenso por parte das autoridades e da população em relação ao projeto. Se não houver isso, dificilmente ele será viabilizado", ressaltou ele, sugerindo que é preciso, sobretudo, haver unidade em torno do projeto. Caso contrário, o Estado certamente priorizará outros investimentos que sejam de maior consenso.

MOBILIZAÇÃO
Os vereadores, por sua vez, se comprometeram a mobilizar suas bases a fim de contornar as resitências em relação ao projeto. "Temos que pensar de forma metropolitana e evitar que disputas políticas e questões locais, relacionadas especialmente a desapropriações de imóveis e assuntos correlatos, inviabilizem esse projeto quando o dinheiro for liberado. O momento requer uma ação forte e conjunta", destacou o presidente do legislativo guarujaense, Ronald Nicolaci.

UVEBS
Na mesma linha, o vereador Toninho Salgado (PSD), que também é secretário-geral da Uvebs, disse que a entidade continuará realizando um trabalho de conscientização, nos legislativos de todas as cidades da região, em busca de apoio político para fortalecer o pleito da região em favor do projeto. "Vamos assegurar esse trabalho de base para que tenhamos a força necessária, junto ao Estado, para o projeto do túnel seja priorizado quando sair o financiamento federal. Não podemos esperar mais".

PRESENTES
Também participaram da reunião os vereadores Geraldo Soares Galvão (Guarujá), Douglas Gonçalves (Santos, presidente da Uvebs), Bahia (Peruíbe), Baianinho (presidente da Câmara de Mongaguá), Alfredo Moura (presidente da Câmara de São Vicente), Betinho (presidente da Câmara de Praia Grande), Manoel Constantino (presidente da Câmara de Santos), Fábio Moura (Cubatão), além do secretário executivo da Uvebs, Pedro Garofalo.